domingo, 10 de agosto de 2014

São Francisco berço de guitarristas

Espero que um dia em São Francisco seja criado um museu  do Guitarrista de Guitarra de Portuguesa.Seria uma homenagem da terra aos seus artistas e seria um contributo destes últimos para a valorização da terra que os criou.
Para que nem estes nem esta terra caiam em esquecimento.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Fecho de extensões de saúde no Litoral Alentejano motiva críticas
O encerramento de cinco extensões de saúde no Litoral Alentejano mostra o "constante desinvestimento" dos dois últimos governos nesta área, disse à Agência Lusa um dos membros das comissões de utentes de saúde da zona.
   Segundo Dinis Silva, das Comissões de Utentes de Saúde do Litoral Alentejano, a situação teve início durante o anterior Governo, de maioria PS, e mantém-se com a actual coligação PSD/CDS-PP.
   Até agora, são três os concelhos afectados pelo encerramento de extensões de saúde: Alcácer do Sal (Barrancão e Montevil), Grândola (Canal Caveira) e Santiago do Cacém (Deixa-o-Resto e São Francisco da Serra).
   Contudo, com a reorganização da rede de cuidados primários de saúde, Dinis Silva teme que a situação fique "pior do que está", pois prevê-se que venham a ser encerradas todas as extensões de saúde com menos de 1.500 utentes inscritos.
   Entretanto, o Município de Alcácer do Sal, de maioria PS, assumiu estar contra o fecho de duas extensões de saúde no concelho (Montevil e Barrancão) por considerar que tal representa "uma clara demissão da Administração Central".
   Segundo o Município, que aprovou por unanimidade esta posição, a decisão de fechar aqueles serviços nega "direitos aos mais pobres e desprotegidos" e aos "que vivem longe dos grandes centros urbanos".
   A autarquia diz estar "consciente das sérias dificuldades" económicas e financeiras do país e da "necessidade urgente e inadiável" de reduzir a despesa pública.
   Mas esta poupança, sustenta, não pode ser feita "de forma cega e distante, prejudicando uma população maioritariamente envelhecida, fragilizada e de parcos recursos económicos, como acontece nestas duas aldeias do concelho de Alcácer do Sal".

sexta-feira, 19 de março de 2010

Fonte Ambrósio



[A Fonte Ambrósio]


Indicações

Anemias

Tratamentos/ caracterização de utentes

Ingestão

Instalações/ património construído e ambiental

Trata-se de fonte de chafurdo, recentemente acimentada. A água emerge do fundo em xisto.

Natureza

Férrea

Alvará de concessão

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Historial

A primeira notícia que se conhece desta água é do médico de Grândola José Manuel Chaves, publicada no “Jornal de Coimbra” em 1814 (cf. Acciauoli 1944, II: 118), que a chama de Água Férrea de N.ª S.ª do Livramento, por se localizar perto da capela com esta evocação, na freguesia de S. Francisco, que erroneamente o médico inclui no concelho de Grândola.
A lenda que está associada à fundação da ermida só indirectamente se relaciona com a nascente de água, através de uma serpente, animal associado ao mundo subterrâneo e guardador de nascentes. A lenda recolhida por Silva (2003) conta que um jovem pastor transformou um pêlo de cabra em cobra, introduzindo o pêlo numa cana, onde deitava todos os dias uma gota de leite. “A cobra foi crescendo e passou a andar em liberdade pelos matos da serra. Mas bastava o pastor chamá-la por meio de um ‘assobio quadrado’, para ela, por mais longe que estivesse, correr imediatamente para o seu benfeitor, a fim de tomar a sua refeição de leite.” Passados uns tempos, o pastor teve de deixar os seus montes. E aqui tomamos outro relato recolhido quando da visita à nascente, contado por dois idosos no largo de S. Francisco da Serra: “Depois foi para a tropa, para África. Quando voltou, esse tipo chamava-se Ambrósio, deu um assobio e a cobra surgiu, ele pensou que ela já tinha morrido, mas surgiu já um bicho desmarcado. Ele prometeu se ela não lhe fizesse mal, mandava fazer aquela igreja, então ficou a fonte do Ambrósio e depois havia o Santo da Igreja que era o Ambrósio também. A minha mãe contava essa história, e ele quando viu a cobra disse assim, ‘Valha-me aqui a N.ª S.ª do Livramento’ e então mandou fazer aquilo.”

O que resta da estrutura da capela do Livramento não é anterior ao século XVIII, altura em que terá sido fundada pelo herói desta lenda, a quem é atribuída a descoberta da nascente denominada de Fonte Ambrósio, transformado em “santo” ermitão pela tradição.

Bibliografia

Acciaiuoli 1944, Chaves 1814, Silva 2003

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Esta era antes a constituição da Junta de Freguesia de São Francisco da Serra

Presidente: Pedro Miguel Candeias Pereira Gamito - CDU
Secretário: Luís Carlos Inácio de Matos - Ps
Tesoureiro: Paulo Alexandre Gamito Nunes Gonçalves Jesus - PSD

Agora vamos ter apenas dois candidatos ambos pertencentes a este executivo (Pedro Gamito - CDU e Paulo de Jesus - PSD com aliança PS ), apesar de achar deficitário a participação política na freguesia faltando de alternativas, acho que qualquer um deles representará bem a nossa freguesia.

Penso que a maior prioridade deste mandato estará assegurada que será a os arranjos exteriores em São Francisco.

Aqui vão algumas ideias para a freguesia:

-Construção de uma ciclovia/percurso pedonal entre São Francisco e Cruz de joão Mendes (pelo menos numa 1.ª fase, podendo ser alargada posteriormente a outras localidades).

- Aquisição de um espaço para a construção de pelo menos um núcleo Museológico em São Francisco de forma a atrair visitantes.

- Criação de de uma feira para venda de produtos tradicionais da região.

- Asfaltar as estradas de acesso ao Livramento, de forma a poder dinamizar melhor este miradouro.

- melhoramentos na estrada da cruz de João Mendes para a Lagoa de Santo André

quarta-feira, 14 de maio de 2008

António Parreira - Mais um grande guitarrista franciscano


António Parreira é professor e intérprete de guitarra portuguesa, pai de Paulo Parreira e Ricardo Parreira.
António Parreira dá aulas de guitarra portuguesa no Museu do Fado em Lisboa

sexta-feira, 2 de maio de 2008

DVD - Valsa Mandada


Manda Adiante – DVD

O DVD sobre as Valsas Mandadas, editado pela PédeXumbo, encontra-se à venda. A valsa mandada é uma dança de grupo dançada a pares. Dança-se actualmente numa restrita zona da Serra de Grândola. O documentário agora editado mostra os tocadores, os bailadores, os novos entusiastas das danças, os bailes que quando não tinham licença davam direito a 12 dias de prisão... Realização: Tiago Pereira. Para encomendar: Enviar cheque à ordem de Associação Pédexumbo ou vale postal para "Associação PédeXumbo - Apartado 2195, 7001-901 Évora" com indicação de: nome, morada, número de contribuinte e quantidade. 10 €/DVD + 2€ portes de envio à cobrança.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

O despique da pombinha no barranco do Martinelo






01 Francisco Maria
02 Constantino da Casa a Baixo
03 Manuel Morteiras
04 Jorge Romano
05 Alberto Raposo
06 Manuel das Antas
07 António da Costa Reis (Algarvio)
08 Francisco (Canhunga)
09 ?
10 Joaquim Mestre ou do Funchalinho
11 Manuel Guerreiro “Bruxo” (poeta e fadista)
12 Zeferino da Casinha Nova
13 Aníbal dos Santos Carvalho
14 João do Moinho
15 António Maria
16 ?
17 Jorge do Moinho
18 Jacintinho era de Melides e tocava viola
19 Henrique Peixeiro
20 António dos Santos (fadista)
21 Joaquim Ventura tocava guitarra
22 Eduardo Feiteiro
23 Carlos Costinha
24 Carlos Pernéu
25 Constantino Peixeiro
26 Jacinto Caetano
27 Raul Nunes
28 Chico das Bicicletas era de Grândola
29 António Morais
30 António Carvoeiro
31 Francisco Romano
32 José Pedro (Rei dos Malhadais) era poeta
33 António Rufia
34 Joaquim Católico
34 a) António Caetano tocava guitarra
35 Leonor
36 Carlos Branco
37 José Cortoiro
38 José dos Santos
39 Carlos Silva era fadista
40 António Romano (dono da terra onde se realizava
a festa, fazia cantigas)
41 Quirino tocava guitarra e viola era de Grândola
42 José Amaro tocava viola e era de Grândola
43 Policarpo Serrão
44 José Cachopo
45 Francisco ou José Machado



O despique da pombinha no barranco do Martinelo

São quase cinquenta. Todos homens. Estão sentados, quase todos, e olham a máquina que os fixará para a posteridade, que registará o dia e o momento. Muitos vestem casaco e usam chapéus de aba larga, gravata, nalguns já desalinhada, os nós a desfazer-se. Vêem-se pratos e garrafas e copos, vazios. Dois empunham guitarras, outro uma concertina. São poucos os que, hirtos e graves, posam. Nos demais há descontracção, sorrisos..., um à-vontade de festa bem andada.
A velha fotografia, amarrotada, vincada, manchada aí está, como que mantendo aceso um fio de memória, mesmo fragmentada, incompleta, insuficiente para quem queira agarrar mais do momento, da situação, do contexto.
Hoje, quase 70 anos depois, num fim de tarde breve, de inverno, em S. Francisco, aldeia da serra chamada ora de Grândola, ora de S. Francisco, que, paralela ao mar, corre para sul, prolonga-se na de Odemira e vai colar-se às serranias algarvias, na praça da aldeia, à sombra da igreja, José Simões e o irmão, Jorge, e António Caetano que se nos junta, identificam, um a um, as quatro dezenas e meia de convivas que a fotografia fixou.
Constantino da Casa Abaixo, Francisco Canhunga, Joaquim do Funchalinho, Zeferino da Casinha Nova, João e José do Moinho, Manuel das Antas, Carlos Pernéu, Henrique Peixeiro, o Chico das bicicletas que era de Grândola, António Carvoeiro, José Cortoiro, António Rufia, Policarpo Serrão...
Também a Leonor, ainda agora viva, menina de colo, nos braços do pai, Joaquim Católico, pouco antes da tragédia pessoal com que quis antecipar a morte e que permite hoje datar com razoável certeza a data da fotografia – 1935.
E por entre tão compacto cenário feito de gente, José Pedro Guerreiro, o rei do carvão ou rei dos Malhadais, poeta popular desmarcado e o irmão Manuel, o Bruxo, também poeta e fadista. Dois nomes que a memória oral, passada de geração em geração mantém até hoje como nomes maiores de uma aldeia da serra, úbere de montado de sobro, fecunda de cortiça.
Aprenderam-lhes os nomes na meninice, conheceram-nos de vizinhança, foram-lhes por várias vezes lembrados, ensinados pelos pais, pelos mais velhos. E aí estão agora, a cerzir esses fios da memória, à volta da velha fotografia, quando o dia se escoa, para que não se rompam na eternidade do esquecimento.
No dia de Maio, perto da aldeia, junto ao barranco do Martinelo, encostados ao cerro da Senhora do Livramento fizeram a festa. Chamaram-lhe Festa dos Bons Amigos!
Como o “Bruxo” e o “Rei”, outros mais também cantavam e tocavam – António dos Santos e Carlos Silva, fadistas; o Jacintinho, que era de Melides e tocava viola; Joaquim Ventura, tocador de guitarra, como um outro Joaquim, o pai da Leonor; António Rufia com a sua concertina; António Romano, dono da terra onde abancavam, que fazia cantigas; o Quirino, de Grândola, que tanto tocava guitarra como viola ou o José Amaro, também de Grândola, igualmente dado à viola.
Não era a primeira vez que o faziam, nem teria sido a última. Nesse ano, o tema do despique, porque era esse um ponto forte do ajuntamento, era A Pombinha, apenas.
Era um tempo que não duraria muito mais. Terminaria com a desagregação das sociedades rurais e dos ritos e sociabilidades com que se construiu e moldou. Parecia ser já um prenúncio desse fim. A ausência de mulheres, o vestuário na fronteira com o urbano, o carácter grupal, masculino, do convívio entre o cantar e o tocar, o comer e o beber, mais próximo da venda e do serão, do que das velhas festas pagãs do primeiro dia de Maio, festas de raízes perdidas na noite do tempo, também chamadas das Maias, que celebravam a fertilidade e o fim da puberdade, festejando o fim da metade escura do ano e o início dos dias grandes, cheios de luz, com a chegada da Primavera.
Nesta fotografia da Festa dos Bons Amigos, que um fotógrafo anónimo nos deixou, que as recordações de um tempo ido justificaram conservar e que a memória ainda viva minudenciou e enriqueceu, converge a ideia de que a História também é isto, registo, conservação, evocação de gestos e factos pelos que os viveram, herdaram e valorizaram e que, de outro modo, se perderiam no labirinto dos quotidianos e no peso esmagador das grandes narrativas oficiais, legitimadas pelos poderosos de cada tempo.

João Madeira*
* com a colaboração de Carla Chainho, que cedeu a fotografia e trabalhou no terreno

In Revista Cena's n.º 4

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O Montado

Sobre a importância de conservação dos montados

A rolha, os montados e a fauna

O montado de sobro e os seus produtos

A cortiça: jóia da coroa dos nossos recursos naturais

Biomas – o nível superior das comunidades

Message in a Bottle – campanha internacional para a conservação dos montados de sobro

Matos mediterrânicos

O Sobreiro

O Sobreiro é uma das espécies mais importantes do mediterrânico, constituindo as áreas de sobreiros, um tipo característico de sistema agro-florestal, denominado montado de sobro.
O aproveitamento e utilização do Sobreiro é parcialmente total: a exploração da cortiça; dos frutos (bolotas); a madeira para lenha e carvão; a caça; aproveitamento dos solos para pastagens e/ou cereais de sequeiro.

A importância económica é indiscutível e resulta principalmente do facto de Portugal deter mais de 55% da produção mundial de cortiça. De acordo com os dados do Instituto Florestal, estima-se que a produção anual nos últimos anos seja de 35 mil toneladas de cortiça virgem e de 135 mil toneladas de cortiça amadia. Os montados de sobro apresentam também uma elevada importância ecológica, em grande parte devido à estabilidade deste tipo de ecossistemas.

Esta importância verifica-se especialmente pela manutenção de uma elevada diversidade biológica e pela conservação de uma herança cultural associada a estes ecossistemas.Quando se fala do Montado de Sobro não nos podemos esquecer dos problemas sociais e culturais que a substituição de sobreiros poderia acarretar.

Será mais um factor para acelerar a desertificação do Alentejo, pois a exploração dos povoamentos de sobro, exige a presença de homens, contribuindo deste modo para a fixação da população rural.

A Guitarra e os outros prazeres

O fado e a guitarra acompanham António Chainho desde que nasceu, vai para 69 anos, na aldeia alentejana de São Francisco da Serra, entre Grândola e Santiago do Cacém. Durante mais de três décadas ele foi o acompanhante, discreto mas eficaz, de muitos dos melhores intérpretes portugueses.

Depois deixou de acompanhar os cantores e passou a fazer-se acompanhar por eles, dando todo o protagonismo à guitarra que se tornou na razão de ser da sua vida. Chama-se António Chainho e é um dos grandes responsáveis pelo impulso que o ensino da guitarra portuguesa tem conhecido na última dúzia de anos.

Conversar com Mestre António Chainho não é difícil. A conversa solta-se naturalmente, que ele é homem de boa memória e ideias claras, tanto sobre o passado como sobre o presente e o futuro. Começamos pelo princípio, como não podia deixar de ser:

Nasci a ouvir o fado", diz. "O meu pai tocava guitarra portuguesa, tinha uns dedos maravilhosos. Se tivesse vivido em Lisboa teria sido um grande guitarrista. E a minha mãe cantava o fado, embora nunca tenha cantado em público. Lembro-me de que a primeira coisa que o meu pai me ensinou foi o fado corrido, tinha eu pr'aí uns seis anos".

A primeira guitarra teve-a António Chainho por volta dos dez, onze anos. Estamos em finais da década de 40, Amália é já uma fadista muito popular, graças em boa parte aos temas de Frederico Valério. As músicas ouve-as António na rádio e as letras aprende-as nos folhetos que a mãe compra nas feiras para depois cantarolar nas sessões de costura:

"A certa altura eu comecei a acompanhá-la. E o meu pai, espantado por me ouvir tocar todas aquelas músicas, perguntava 'Como é que tu fazes isso?', mas eu não sabia responder. Porque a verdade é que eu não sabia sequer o nome dos tons, não lhe sabia explicar. Tinha um muito bom ouvido, era só isso".

Era só isso. Isso e um grande talento que começava a fazer-se notar, e que haveria de dar azo, alguns anos depois, a muitas apostas no café da aldeia, durante os serões de fado transmitidos pela Emissora Nacional e pelo Rádio Clube, que juntavam uma pequena multidão em volta da telefonia enquanto o pequeno António ia adivinhando o nome dos guitarristas antes de o locutor os anunciar.

Um livro de acordes comprado em Santiago do Cacém foi o único auxílio que o jovem teve na sua aprendizagem da guitarra. Eram tempos difíceis, e ainda hoje Mestre António se lembra de ouvir o pai falar dos "sustos da PIDE", frequentes por todo o Alentejo. E porque esses eram dias obscuros, António ficou-se pela quarta classe.

Depois da tropa feita, rumou a Lisboa. Nesse tempo, o circuito dos guitarristas passava essencialmente pelas casas de fado, e foi aí também que Chainho começou. O restaurante "A Severa" foi o lugar onde tocou pela primeira vez profissionalmente, e pouco tempo depois era convidado por Jorge Fontes para integrar o seu conjunto de guitarras. Um programa de televisão onde o grupo participava fez com que António Chainho começasse rapidamente a ser um nome e uma cara conhecida nos circuitos do fado, e assim surgiram também as primeiras invejas:

"Uma noite fui à 'Severa' porque estava lá um guitarrista que eu admirava muito e que queria cumprimentar", conta. "Pois o sujeito não me falou e esteve todo o tempo a tocar de costas para mim, que era para eu não poder ver como é que ele tocava. De outra vez foi no 'Lisboa à Noite', com outro guitarrista que eu também admirava e que também não quis cumprimentar-me. Fiquei muito traumatizado com estas histórias, cheguei mesmo a pensar ir-me embora, voltar para a minha terra. Não me adaptava à falsidade de certas coisas neste meio".

Terá nascido aí o sentimento que, muitos anos mais tarde, há-de levá-lo a querer transmitir aos outros, de forma quase obsessiva, o seu conhecimento da guitarra portuguesa: "Nessa altura ninguém ensinava nada a ninguém, tudo se fechava. Os guitarristas viviam só das casas de fado e iam duma para outra por dez ou vinte escudos, a competição era grande, e eles não queriam que mais ninguém aprendesse e lhes pudesse fazer frente".

Mas nem isso impediu que António Chainho se tornasse acompanhante de alguns dos mais consagrados artistas portugueses: de Maria Teresa de Noronha a Carlos do Carmo, passando por Francisco José, Tony de Matos, António Mourão, Hermano da Câmara, Lucília do Carmo ou Hermínia Silva, praticamente não houve intérprete do fado que não tenha sido servido pela guitarra de António Chainho.

Passou também por várias casas de fado até que, em 1974, com o fadista Rodrigo abriu um restaurante em Cascais. Foi o primeiro guitarrista a ser co-proprietário de uma casa de fados. Nessa altura já António Chainho liderava o seu próprio conjunto de guitarras. "Tinha uma vida muito ocupada, mas volta e meia apareciam pessoas que queriam aprender a tocar. E eu ensinava".

Durante todo esse tempo, e nos anos que se seguiram, Mestre Chainho continuou sempre a acompanhar vários intérpretes, do fado e fora dele: quando gravou "Fura Fura" e precisou de um guitarrista para um fado bem pouco ortodoxo, José Afonso foi buscá-lo. Mas a actividade de António Chainho não se limitava ao apoio instrumental de cantores. E foi assim que, em 1983, participou num dos mais emblemáticos discos instrumentais portugueses, "Fado Bailado", que se tornou um campeão de vendas e projectou Rão Kyao muito para além das fronteiras do jazz que eram até então o seu reduto.

Por essa altura já António Chainho se mostrava um homem preocupado com o futuro da "sua" guitarra. E disso mesmo deu conta em meados da década de 80, numa entrevista onde dizia que, daí a vinte anos, a guitarra portuguesa poderia desaparecer. As declarações chamaram a atenção do então presidente da Câmara de Lisboa, Nuno Abecassis, e levaram-no a convidar Mestre Chainho para almoçar:

"Falámos disso, e eu expliquei-lhe que mais de 50 por cento dos guitarristas que havia nas casas de fados não sabiam tocar, eram desafinados. Exactamente porque não havia uma escola".

Algum tempo depois, Chainho era convidado para uma reunião, na Mouraria, onde ficou esboçada a ideia da criação de uma escola da guitarra - que abrangeria não apenas a execução, mas a própria construção do instrumento. Mais tarde, chegou a ser indicado para o efeito o prédio onde terá vivido a mítica Severa, na Rua da Guia.

Com as mudanças entretanto verificadas na estrutura do poder do município de Lisboa, o projecto acabaria por demorar mais do que o inicialmente previsto, mas em 1998, já sob a gestão do Presidente João Soares, seria finalmente inaugurada a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa (actual Museu do Fado) e com ela a primeira escola de guitarra em Portugal. António Chainho sente-se orgulhoso por ter dado a sua contribuição para a concretização deste projecto.

1998 foi também o ano da edição de "A Guitarra e Outras Mulheres", a sua carta de alforria como intérprete solista (foi o primeiro guitarrista de fado a ter atrevimento para tanto) e que é também um disco onde António Chainho subverte as regras ao convidar seis cantoras para o acompanharem - a voz ao serviço da guitarra, e não o contrário. Porque, para Chainho, o mais importante é manter vivo e divulgar por todos os meios este instrumento que é parte da identidade lusitana - em Portugal como no Japão, onde conta com vários discípulos, ou na Índia, onde conseguiu criar as bases de uma escola da guitarra:

"Começou tudo com um workshop que ali realizei, a convite da Fundação Oriente, e que mobilizou 200 pessoas que queriam aprender alguma coisa da guitarra portuguesa", lembra. "O sucesso foi tal que, quando regressei a Portugal, me ligou o coordenador da Fundação Oriente em Goa, dr. Sérgio Mascarenhas, a dizer que havia uma dúzia de indianos que queriam aprender a tocar guitarra...".

António Chainho regressou a Goa, e seleccionou três candidatos, que vieram para Lisboa, apoiados pela Fundação. E quando regressaram iam preparados para transmitir a outros aquilo que aprenderam. E foi assim que, em Janeiro deste ano se realizou em Goa o I Festival da Guitarra Portuguesa.

Hoje, António Chainho é um homem satisfeito com o resultado do seu trabalho. E tem razões para isso. Além do currículo único que faz dele um dos mais relevantes intérpretes de guitarra da actualidade - e seguramente o mais importante da sua geração - tem o prazer de ter conseguido levar por diante o seu sonho de divulgação da menina dos seus dedos, a guitarra portuguesa.

"Aquilo que hoje me interessa mais é fazer com que a guitarra apareça e se mantenha", diz. "Eu sou um optimista e acredito que, a pouco e pouco, nós vamos conseguir. Porquê? Repare que, em relação ao fado, fora de Portugal estamos na melhor fase de sempre. Há 30 ou 40 anos só a Amália é que cantava no estrangeiro fora dos circuitos da emigração; neste momento já há vários artistas que conseguem fazê-lo. Quando vim para Lisboa havia meia dúzia de bons guitarristas, tudo o resto era de arrepiar; agora, só jovens já teremos uns vinte a tocarem muito bem a guitarra portuguesa. Então não é de ser optimista?".

Viriato Teles

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Aniversário do Motoclube " Os Alarves" - Encontro Motard


Parabéns a todos os "alarves" de São Francisco.
Esperamos que estes encontros cresçam a boa velocidade, sempre sobre rodas.
Mais um encontro Motard na Serra de São Francisco, a população está preparada para mais um fim-de-semana de emoção, esperando a visita de muitos motards.

Saudações motards.

Devido a não se visualizar bem os contactos aqui vai: Hélder Gonçalves (961353682)

António Rodrigues (961353681)

O preço inclui almoço, beber e comer a discrição e febras assadas ao jantar.

Estão todos convidados!

Códigos Postais de São Francisco da Serra

Códigos Postais

Localidades em São Francisco

Localidades

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ricardo Parreira - filho do franciscano António Parreira


Ricardo Parreira (20 anos de idade/Guitarra Portuguesa) iniciou os estudos de Guitarra Portuguesa aos 7 anos de idade pela mão de seu pai, um dos guitarristas mais conceituados no panorama musical do Fado, “António Parreira”.

Aos 13 anos acompanhou pela primeira vez a fadista “Argentina Santos” e logo de seguida foi convidado a participar no Festival “Um Porto de Fado”, realizado no âmbito do evento “Porto 2001, Capital da Cultura”. Durante todos estes anos a sua formação musical, desde muito novo até passar pelo Conservatório Nacional, foi em redor dos grandes compositores de guitarra portuguesa, desde Carlos e Artur Paredes num conceito mais virado para a guitarra de Coimbra, até aos lisboetas: Armandinho, José Nunes, Francisco Carvalhinho e Jaime Santos. Isto para além de tocar com alguns dos Fadistas mais importantes do panorama actual: Camané, Mísia, Mafalda Arnauth, Argentina Santos, entre outros.

In Artistas e espectáculos

PAULO PARREIRA - Filho do franciscano António Parreira


Paulo Parreira é reconhecido, em Portugal, pela sonoridade inconfundível que retira da Guitarra Portuguesa.

Tendo vindo a acompanhar os mais diversos fadistas, há 20 anos, apresenta-se em 2007 como artista em nome próprio em disco e em espectáculos. Composições da sua autoria, de Armandinho, de Artur e Carlos Paredes fazem parte do seu reportório.

Paulo Parreira nasceu em Lisboa em 1970 e começou a tocar Guitarra Portuguesa aos 16 anos de idade. Entre os grandes fadistas que acompanhou destacam-se os nomes Argentina Santos, Beatriz da Conceição, Manuel de Almeida, Camané, Mafalda Arnauth e Rodrigo. Foi o guitarrista principal no Palco do Fado durante a Expo’98. Em 2001 formou o grupo instrumental Trinadus com João Veiga na viola, Anne Hermant em violoncelo e Maria Castro-Balbi em violino onde lançaram dois discos. Em 2004 formou o Trio D’Corda com Luís Pontes na guitarra clássica e Ricardo Cruz em contrabaixo. Paulo Parreira já gravou vários discos como solista lançados pela editora Estoril na série Lisboa, Cidade do Fado com João Veiga na viola e Joel Pina na viola-baixo. Realizou numerosas digressões pelo estrangeiro como guitarrista acompanhante de fado e é convidado para actuar em colobrações não relacionados com o fado como e exemplo Pavarotti & Friends. Ao escutar Paulo Parreira oiço uma pessoa que tem domino absoluto do seu instrumento, acordes distintos e perfeitos, e uma sonoridade de trinados nostálgicos de Armandinho, Raúl Nery, António Parreira juntamente com o seu próprio estilo. Na minha opinião Paulo Parreira é, no presente, o melhor executante da Guitarra Portuguesa por a sonoridade dos tons breves, semibreves, e diatónicos que emprega tanto nas composições de sua própria autoria como nas variações e musicas populares.


In Artistas & Espectáculos e in Fado de Lisboa








Mais algumas informações

Orago de S. Francisco da Serra

S. Francisco

População: 889
Actividades económicas: Agricultura e pecuária, extracção de cortiça, restauração, alojamentos, comércio e serviços
Festas e Romarias: Nossa Senhora do Livramento (Julho)
Património: Igreja matriz e ermida da Senhora do Livramento
Outros Locais: Cerro da Sra. do Livramento (vista paisagística e antiga ermida em ruínas), moinhos de vento e diversas fontes
Gastronomia: Açorda de alho, lombo de porco na manteiga de porco e mioleira de porco com pão ralado
Artesanato: Miniaturas em madeira inseridas em garrafas de vidro, miniaturas e quadros em cortiça, rendas e tapetes de Arraiolos (imitação)
Colectividades: Centro Social de Roncão, Associação Jovem de Festas de Cruz de João Mendes (Casa de Convívio de Cruz de João Mendes), Grupo Desportivo e Recreativo S. Francisco da Serra, e Centro de Dia de S. Francisco da Serra
Orago: S. Francisco

In ANAFRE

Mapa - Como chegar


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quinta-feira, 20 de setembro de 2007

António Chainho na WiKipédia



António Chainho (São Francisco da Serra, 1938) é um guitarrista e compositor português, reconhecido internacionalmente, considerado um embaixador da guitarra portuguesa.


Vida
Chainho nasceu em São Francisco da Serra, concelho de Santiago do Cacém, Baixo Alentejo. Recebeu influência musical de seus pais, a guitarra do pai e os fados de Amália, cantados pela mãe. Aos oito anos, já iniciava-se na guitarra e aos treze já acompanhava os fados cantados pela mãe. Na altura iniciava a tocar as guitarradas que ouvia na Rádio Nacional. Cumpriu o serviço militar em Beja, e serviu em Moçambique no período da Guerra Colonial. Conta-se que mesmo quando entrava no mato, levava sua guitarra. Foi em sua passagem por Moçambique que iniciou profissionalmente sua carreira artística, participando de programas na Rádio Nampula. Ao terminar o serviço militar, retornou a Portugal e pouco tempo depois iniciou a carreira na televisão, com sucesso imediato. Formou um conjunto o qual reunia os guitarristas José Luís Nobre Costa e os tocadores de viola Raúl Silva e José Maria Nóbrega. Posteriormente, mudou as posições, deixando de acompanhar cantores, passando a ser acompanhado por estes, mais tarde retornando também a acompanhar. Tornou-se reconhecido internacionalmente tanto por suas apresentações em concertos ao redor do mundo, quanto por sua discografia.


Carreira
A vida e a carreira de Chainho confundem-se, de modo que sua vida entrelaça-se em sua carreira artística. Quando terminou o serviço militar, Chainho já estava decidido que o sua vida seria dedicar-se à guitarra portuguesa. Era então a década de 1960 quando, no auge dos vinte anos, mostrou-se um verdadeiro virtuoso nas doze cordas. Assim, deixava o café dos pais, em São Francisco da Serra, onde tinha iniciado a tocar. Havia herdado do pai a destreza no manejo da guitarra e da mãe o gosto pelo fado, assim, ao definir seu estilo, foi achar inspiração em mestres como Armandinho. Já vivia em Lisboa há três anos quando foi convidado pela Emissora Nacional para um programa de rádio chamado Fados e Guitarradas, no qual tocava directamente ao vivo juntamente com o seu conjunto.
Em meados dos anos 60 estreou na casa de fados A Severa, e a partir de então apresentou-se em outras casas como O Faia, O Folclore e no Picadeiro, da qual tornou-se proprietário e onde foi cada vez mais cultivando seu amor pela guitarra portuguesa, chegando a formar o seu próprio conjunto de guitarras.
Quando Chainho passa a acompanhar artistas como Maria Teresa de Noronha, Lucília do Carmo, Carlos do Carmo, Francisco José, Tony de Matos, António Mourão, Frei Hermano da Câmara ou Hermínia Silva, começa então a deixar suas próprias marcas na história da guitarra portuguesa.
Depois de alguns anos de actuações instrumentais, em actuou como acompanhante, decide mudar a ordem das coisas e chamar cantores para acompanhá-lo, e inicia uma sucessão de apresentações internacionais. Nesta trajectória experimenta misturar a guitarra portuguesa à música de outras culturas e assim toca com as artistas brasileiras Gal Costa e Fafá de Belém, a espanhola Maria Dolores Pradera e a japonesa Saki Kubota. No álbum lançado em 98, A Guitarra e outras mulheres, suas performances são acompanhadas por Teresa Salgueiro(Madredeus), Marta Dias, Filipa Pais, Ana Sofia Varela, Elba Ramalho, Nina Miranda (Smoke City), e por alguns dos músicos de Nova Iorque, como Bruce Swedien, Greg Cohen e Peter Scherer. Este álbum marca sua consagração, ao atingir um índice de vendas superior a vinte mil cópias. Dois anos depois lança o álbum Lisboa–Rio, com os brasileiros Celso Fonseca e Jaques Morelenbaum, entrelaçando a tradição da música portuguesa com clássicos da música brasileira.
O grande guitarrista volta a fazer o papel de coadjuvante de grandes nomes. Chainho é convidado para acompanhar José Carreras num concerto no Pavilhão Atlântico, também foi convidado por Adriana Calcanhotto em sua tourné por Portugal e por Maria Bethânia em espectáculos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Actualmente, é o mentor de um projecto, em Portugal, que fez parte de seus sonhos durante doze anos, a Casa do Fado e da Guitarra Portuguesa e é considerado como um inovador da tradição.

A viola de Fernando Alvim, parceiro frequente de Carlos Paredes, sendo seu principal arranjador, acompanhou Chainho nos últimos dez anos. Actualmente, os músicos Eduardo Miranda e Tuniko Goulart, brasileiros radicados em Portugal, o acompanham em trio mesclando nuances brasileiros à música portuguesa. Desde o lançamento do álbum A Guitarra e Outras Mulheres Marta Dias ganhou um papel privilegiado nas actuações de António Chaínho, sendo presença certa em seus concertos. No mais recente álbum, que foi gravado ao vivo no Centro Cultural de Belém, é dela a única voz a acompanhar o mestre da guitarra portuguesa.


Discografia
Depois de actuar em recitais por todo o mundo, estando em apresentações solo como dividindo o palco com artistas como Paco de Lucia ou John Williams, seja em concertos ou em festivais dedicados à guitarra, inicia sua própria discografia com o álbum Guitarra Portuguesa e um segundo disco gravado com a Orquestra Filarmónica de Londres, consolida sua carreira discográfica, sempre composta por temas totalmente originais.
Guitarra Portuguesa, 1980
The London Philharmonic Orchestra, 1995
A Guitarra e Outras Mulheres, 1998
Lisboa-Rio, 2000
António Chainho e Marta Dias ao Vivo no CCB, 2003

Participação em antologias
Biografia da Guitarra

Participação em álbuns de outros artistas
António Pinto Basto (Minha Maria)
Carlos do Carmo (Um homem da cidade)
José Afonso (Fura Fura)
Rão Kyao (Fado Bailado)
K.d. lang (Na música Fado Hilário do álbum Compilação Red-Hot - Lisbon - ONDA SONORA)
Blasted Mechanism (Na musica We do álbum Sound in Light)

Acompanhamento a artistas internacionais
Gal Costa (Brasil)
Fafá de Belém (Brasil)
Maria Dolores Pradera (Espanha)
Saki Kubota (Japão)

Cinema
Como actor: Sem Sombra de Pecado (1983) - do realizador José Fonseca e Costa
Como compositor: Fados na Mansão - do realizador Bento Pinto da França

DVD
António Chainho e Marta Dias ao Vivo no CCB (espetáculo editado para DVD)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Grupo Desportivo e Recreativo de São Francisco da Serra



Grupo Desportivo e Recreativo de

S. Francisco da Serra

Fundado em 11/04/1997


As suas principais modalidades são o Futebol, o Atletismo e o BTT.

Ainda não existe um espaço físico que constitua a sua sede e têm variadíssimas dificuldades, entre elas, as más condições dos balneários no campo Deodato Rocha.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Estandarte


Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1)

Bandeira


Bandeira para hastear em edifícios (2x3)

Brasão


Armas - Escudo de prata, quatro ramos de sobreiro de verde, landados de ouro, com casculhos de negro, postos em pala e alinhados em faixa, entre uma corça de azul, passante, em chefe e um monte de três cômoros de verde, movente da ponta. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ SÃO FRANCISCO DA SERRA “.

São Francisco da Serra

Formada pelas localidades de Cruz de João Mendes, Salema, Roncão e S. Francisco da Serra, está integrada no concelho de Santiago do Cacém, abrange uma área de 51,42 km2 e com 890 habitantes (censos de 2001) tem uma densidade de 17,3 hab/km².

Património
Com características rurais, tem sido berço de artistas que se têm destacado, não só a nível local, como também a nível nacional. Existem determinados locais de interesse turístico que constituem grande parte do seu património cultural. Destaca-se a fábrica de cortiça, Igreja Matriz, moinhos de vento, Dólmen da Palhota e os Frescos de S. Francisco.

História
A formação da freguesia remonta ao período medieval e deve-se à Ordem de Santiago de Espada, tal como a generalidade das freguesias mais antigas do concelho de Santiago do Cacém. Recebeu a carta de foral no início do século XVI, por D. Manuel I. A freguesia é reconhecida com presença humana desde a pré-história, encontrando-se algumas antas na Herdade das Antas e da Salema, locais que foram escavados e que parte deste espólio pode ser observado no Museu Municipal de Santiago do Cacém.

Actividades
A agricultura, pecuária, comércio, serviços e a extracção de cortiça constituem as principais actividades económicas, sendo esta última, que serve de base para um dos trabalhos feitos no artesanato da freguesia, nomeadamente, as miniaturas e quadros em cortiça, além das miniaturas em madeira, inseridas em garrafas de vidro e a imitação dos tapetes de Arraiolos.

Gastronomia e produtos regionais
Rica em produtos regionais, a gastronomia da freguesia é constituída pela tradicional açorda de alho, lombo de porco em banha e mioleira de porco com pão ralado (miolos). Em termos de doçaria típica, apresenta o mel de rosmaninho, e os licores de poejo, mortinho, café, tangerina e amora.